Quarta-feira, 2 de Julho de 2008

Durante 27 anos, Nelson Mandela esteve preso sem ter cometido qualquer crime. Apenas por pretender que os homens da sua raça fossem tratados em igualdade com as outras. Era o preso número 46 664.
Na hora da sua libertação, ele tinha o olhar sereno de quem não acumulou ódio, antes assumiu com tolerância e amor a análise dos erros humanos de quem o prejudicou. Tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul, onde lançou uma nova era de convivência racial e social.
Granjeou o respeito e a admiração de todo o mundo pela forma equilibrada como sempre actuou, tornando-se uma grande referência à escala global. Já de provecta idade, retirou-se com sabedoria da liderança política e fundou uma organização para combater o impacto devastador da sida no continente africano.
Há poucos dias, Nelson Mandela foi a Londres festejar o seu nonagésimo aniversário numa festa que lhe dedicaram no Hyde Park, onde era suposto estarem 46 664 pessoas, e cujos proveitos revertiam a favor da fundação que criou. Mantendo o olhar sereno e o sorriso infantil de sempre, afirmou: "Não podemos esquecer-nos que o nosso trabalho está longe de estar concluído - o nosso trabalho é garantir liberdade para todos. Nos lugares onde há pobreza e doença, incluindo a sida, nos lugares onde há seres humanos oprimidos, há mais trabalho a ser feito. Noventa anos depois, chegou a altura de serem outras mãos a levar esta carga. As vossas."
Ele foi e é um ser de uma dimensão extraordinária, exemplar no seu comportamento. Fez a sua parte. E, agora, lembra-nos delicadamente que cabe a cada um de nós fazer a nossa. Obrigado Mandela. Que saibamos todos honrar o teu exemplo, respeitando, tolerando, aceitando e amando todos os outros, mesmo aqueles que se nos opõem, que nos desrespeitam ou que nos agridem. Não somos verdadeiramente livres se tiramos a liberdade - sob qualquer forma - a alguém. Mas, quando desenvolvida de forma consciente, a liberdade intelectual pode assumir a leveza da liberdade infantil, já não em movimento físico, mas em dimensão cósmica.
Luís Portela - JN
sinto-me: Resistente
Quinta-feira, 15 de Maio de 2008

Rui Costa despediu-se dos relvados e deixa o futebol português mais pobre. Vai ter responsabilidades importantes no seu clube e, nesse sentido, vai continuar no futebol. Essa é porém uma etapa que apenas interessa aos benfiquistas.
Para todos os amantes do futebol e da classe dentro e fora dos relvados, independentemente das cores clubísticas, este é o momento de dizer obrigado a um grande jogador português, que levou o nome de Portugal aos quatro cantos do Mundo e que está intimamente associado a uma página de ouro na história do futebol nacional. Rui Costa derramou talento e classe pelos estádios onde jogou mas sobretudo afirmou uma grande personalidade.
Tal como Figo e outros da geração de ouro formados sob a influência decisiva de Carlos Queiroz, Rui Costa é uma das maiores marcas criadas que tanto nos projectaram internacionalmente como iludiram os reais problemas do futebol português. Com o génio concentrado na geração de ouro e o trabalho ímpar de Queiroz quase parecia que tal revolução obedecia a um trabalho de fundo ao nível das estruturas federativas e dos clubes. Que a prospecção obedecia a uma aposta estratégica, que a formação era profissionalizada a alto nível, que o apoio médico, o treino, a gestão estavam a mudar.
Acabado o efeito Queiroz, nada mais foi igual, excepto casos como os do FC Porto, Sporting e um ou outro. O panorama geral é mau e, ao nível mais alto, iludido por ciclos de genialidade de jogadores como Rui Costa, Figo, Cristiano Ronaldo e Nani. Tirando eles, o panorama permanece imutável e pobre há décadas.
Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto CM.
OBRIGADO RUI
sinto-me: agradecido
Domingo, 24 de Fevereiro de 2008

"António Luis Paulino
Nós conhecemo-lo como tal
Queremos dizer que é nosso amigo,
Um amigo especial.
Faz-nos os recados,
Esta sempre pronto
Às vezes bebe uns copitos
Até ficar no ponto.
Quando se senta no banco
Fica lá a descansar
De olho em quem passa
Para o tempo recordar.
Diz que as meninas de hoje
Saias, não querem vestir
Tão malandrote! - Quem diria?
E diz isto sempre a sorrir.
Chefe António, assim o tratamos
Sempre com muita cortesia
Cá estão as suas meninas
da Junta de Freguesia."
Ana Silva e Alexandra Moleiro.
Encontrei este poema feito pelas duas funcionárias da nossa Junta de Freguesia, no Boletim Informativo da Junta Freguesia de Abril de 2004. Não podia de modo algum deixar também de homenagear este caro amigo que enquanto a saude o permitiu era o "ardina" da Papelaria. Tinha primor em logo pela manhã com sol, chuva ou gelo distribuir os jornais pelos cafés da nossa Amoreira. Claro que o amigo António aquecia logo a garganta pois não perdoava logo uma ginjinha. Va companheiro recupera rápido tenho saudades da tua companhia. Até lá um abraço deste teu "nino" como me chamavas.
sinto-me: Amigo