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Sábado, 12 de Julho de 2008

SOBRE O FUTURO DA IGREJA CATÓLICA

 

Foi notícia nos média: a diocese de Lisboa perdeu nos últimos sete anos à volta de cem mil fiéis praticantes.
 
O próprio cardeal-patriarca reconheceu que há muita negatividade nas celebrações e na Igreja: inadaptação aos novos tempos; deficiências na formação dos padres; má proclamação da Palavra de Deus; má qualidade e falta de mensagem religiosa dos cânticos; homilias inadequadas e deficientes.
 
Os jovens queixam-se de que as celebrações são um seca e, frequentemente, têm razão. Onde estão a possibilidade de participação e de diálogo e homilias iluminantes da vida e dos seus problemas e a festa?
 
Por outro lado, há a invasão do materialismo e do consumismo hedonista. Ora, numa sociedade que procura fundamentalmente o bem-estar material, Deus tem cada vez menos lugar. Mesmo que haja - e há - procura de espiritualidade, já não é necessariamente através da mediação da Igreja. Aliás, há uma imensa crise de fé, que atinge o próprio clero, e sinais de que o cristianismo se pode tornar minoritário na Europa.
 
Mas é necessário também prevenir para equívocos e falsas idealizações. Assim, como mostrou J. Delumeau, não se pense, por exemplo, que a Idade Média foi sempre modelo de vida cristã. Apesar de tudo, talvez a Igreja hoje seja mais autêntica do que em todas as outras épocas, com excepção dos primeiros tempos do cristianismo. Não se pode esquecer que o mais importante é a prática cristã na vida: praticar a justiça, amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo. A outra prática - a frequência da missa -- deveria vir na sequência da primeira.
 
De qualquer forma, embora, segundo estudo recente, mais de dois terços dos portugueses apresentem o ser católico como factor de identidade nacional, há uma crescente desafeição em relação à Igreja institucional. De facto, ela não acompanha os tempos e é vista como retrógrada: veja-se, por exemplo, a moral sexual e a relação entre fé e ciência.
 
Ainda recentemente dizia Eduardo Lourenço: "Lamento que o catolicismo se refugie em coisas arcaizantes que têm efeitos éticos e sociais deploráveis. Não sei se está condenado a morrer, mas está condenado a transformar-se."
 
Quando se pensa nas transformações do mundo moderno, percebe-se quanto será necessário, sem perder o núcleo da sua mensagem, a Igreja mudar. Dificilmente serão aceitáveis estruturas piramidais, sem participação activa, democrática. As mulheres andam magoadas com a Igreja e vão, legitimamente, exigir tratamento de igualdade. A Igreja não pode pregar os direitos humanos para fora, não os praticando dentro dela. Um dogmatismo rígido e inflexível, sem uma sadia opinião pública, não lhe é de modo nenhum favorável.
 
Depois, há vícios que é preciso combater, como proclama, do alto dos seus 81 anos, o cardeal Carlo Martini, considerado papabilis durante anos. Para ele, "o vício clerical por excelência" é a inveja. Há muitas pessoas dentro da Igreja "consumidas" pela inveja, perguntando: "Que mal cometi eu para nomearem fulano como bispo e não a mim?"
 
Para Martini, há outros pecados capitais fortemente presentes na Igreja: a vaidade e a calúnia. "Que grande é a vaidade na Igreja! Vê-se nos hábitos. Antes, os cardeais exibiam capas de seis metros de cauda de seda. A Igreja reveste-se continuamente de ornamentos inúteis. Tem essa tendência para a ostentação, o alarde."
 
E "o terrível carreirismo" clerical, especialmente na Cúria Romana, "onde todos querem ser mais"? Por isso, "certas coisas não se dizem, já que se sabe que bloqueiam a carreira". Isso é "péssimo para a Igreja". A verdade brilha pela ausência, pois "procura-se dizer o que agrada ao superior e age-se como cada um imagina que o superior gostaria, prestando deste modo um fraco serviço ao Papa".
 
Autênticas comunidades cristãs têm de assentar em três pilares: fé viva e capaz de dar razões, prática do amor e da justiça, celebrações belas a fortalecer a vida e a fé e a dar horizonte de sentido último à existência.
 
A Igreja só pode ter futuro, cumprindo o núcleo da sua missão: manter a pergunta acesa e activa a compaixão. |
 
Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia 
 
DN

 

sinto-me: Renovador
publicado por Luis Pereira às 23:55
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Quarta-feira, 11 de Junho de 2008

RELIGIÃO - ÓPIO DO POVO

 

 

Karl Marx diz que «a miséria religiosa é, por um lado, a expressão da miséria real e, por outro, o protesto contra ela. A religião é o soluço da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo.»
Considera a religião como um calmante para as massas que sofrem a miséria produzida pela exploração económica. Sendo assim, a religião (alienação religiosa) é a decorrência lógica da miséria económica (alienação económica), e só superando a miséria económica, a consciência religiosa morrerá por si mesma. Porém, para eliminar a alienação religiosa é preciso eliminar todas as condições de miséria que a originam.
Mas isto não interessa nada... enquanto houver Fátima, futebol e fado... os senhores do poder podem dormir descansados.
Para terminar, deixo-vos um poema, cujo autor desconheço, mas que ilustra bem o pensamento neoliberal:
 
Compram-se
 
Compram-se seres humanos
Calados, domesticados
Que não pensem, nem opinem
Ao serem questionados.
Que não vejam, nem escutem
Nem se sintam incomodados.
 
Compram-se seres humanos
Que sejam modernizados
Que andem sempre na moda
Felizes, etiquetados
Que propaguem e que convençam
Até os consciencializados.
 
Compram-se seres humanos
Totalmente desligados
Que não gostem de política
E estejam sempre ocupados
Que não sejam de esquerda
E nem sindicalizados.
 
Compram-se seres humanos
Famintos, desempregados,
Indecisos, inseguros,
Descalços, descamisados,
Menores, analfabetos,
E até informatizados.
 
Compram-se seres humanos
Idosos, aposentados,
Jovens e adolescentes
De preferência, os drogados
Que se sumam, consumindo,
Em tempos globalizados!!!
 
(algures na net)

 

sinto-me: Pensativo
publicado por Luis Pereira às 22:38
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Segunda-feira, 9 de Junho de 2008

O SEXO OU A PÁTRIA?

A ilha da polémica. Lesbos, terceira maior ilha grega, com 90 mil habitantes, está na origem do termo lésbica, que designa as mulheres lá nascidas e as que assumem a sua homossexualidade. Entre as primeiras, e respectivos familiares, há quem não goste da partilha. O duelo de significados segue amanhã num tribunal de Atenas
 
Grupo de residentes na ilha grega de Lesbos leva lésbicas a tribunal
 
Para muitos - ou, pelo menos, para muitas - será a sétima maravilha do Mediterrâneo. Para todos, é a sétima maior ilha do Mediterrâneo. Lesbos, pedaço de terra (1630 quilómetros quadrados) alojado no Nordeste do mar Egeu, deve a sua fama à interpretação dos poemas de Safo, mulher a quem se atribuem amores homossexuais e que se calcula ter ali nascido entre 630 e 612 a. C., mais precisamente em Eressos, cidade costeira.
 
Tendo Lesbos, segundo a mitologia, sido o deus patrono da ilha grega, e assim dado nome aos seus habitantes, Safo foi quem a celebrizou no mundo, inspirando a aplicação do termo lésbica para designar mulheres homossexuais. Sobre o mito, então, outro mito se criava: o de Lesbos como "santuário" das lésbicas. A abençoá-lo, a coincidência simbólica de dois picos montanhosos de altitude semelhante, como seios, dominarem o seu terreno de origem vulcânica e hoje coberto, a 40%, por oliveiras e árvores de outros frutos e, a metade dessa percentagem, por florestas de pinheiros e carvalhos. Há acasos fantásticos.
 
Claro está que, do ponto de vista turístico, a ideia (de alguém, não se sabe quem) trouxe proventos. Mas, como todas as ideias vivas, também trouxe maus ventos. Por um lado, a ilha ter-se-á convertido, para algumas lésbicas de todo o mundo, no que o túmulo de Jim Morrison representa para alguns fanáticos dos The Doors, ou seja, um local de visita obrigatória. Por outro, a sua colagem a uma orientação sexual que esse mesmo mundo nunca confiou verdadeiramente ao domínio da "normalidade" tornou-se um peso contínuo sobre os ombros de alguns habitantes, em particular de alguns homens casados e respectivas mulheres, pais e respectivas filhas, irmãos e respectivas irmãs.
 
Espanta é que, tendo isto tanto tempo, e estando o planeta numa era de abolição de fronteiras (geográficas, raciais, religiosas, sexuais, etc.), tal peso venha hoje, em pleno século XXI, à tona judicial e, logo, mediática. Mas aconteceu, recentemente. Foram três os naturais de Lesbos que levaram um grupo de defesa dos direitos homossexuais a tribunal por usar a palavra lésbica para definir mulheres que desejam sexualmente mulheres. Um deles, Dimitris Lambrou, queixou-se de que a irmã "não pode dizer que é lésbica", explicando não ser o recurso à justiça "um acto agressivo contra as mulheres homossexuais", mas apenas uma reivindicação para que aquele grupo, especificamente, retire a incómoda referência do seu título (chama-se Comunidade Lésbica e Homossexual da Grécia).
 
A justificação de Lambrou radica na História. "A nossa designação geográfica foi usurpada por certas mulheres que não têm ligação de espécie alguma a Lesbos", reclama. Para ele, nem mesmo Safo as... safa: "Ela não era gay, mas, mesmo que fosse, como podem as pessoas da ilha ser consideradas, por isso, homossexuais? Nós somos lésbicos há milhares de anos, ao passo que essa conotação é recente." O caso vai à barra de Atenas a 10 de Junho. Portugal que se cuide, não vá o Diabo tecê-las...
 
Humor à parte, é de amor que se fala. De amor próprio. De amor à liberdade. De ambos os lados: se umas (e uns, em sua defesa) lutam por se desprender de um estigma, outras (e outros, em sua defesa) lutam por se desprender de outro. Umas querem ser lésbicas no significado afectivo/sexual, outras querem sê-lo no significado patriótico. Umas querem o contrário das outras. Uma palavra divide-as. Pelos vistos, uma palavra também pode valer mais que mil imagens.
 
 MARCOS CRUZ 
 
DN 09/06/2008
 

 

sinto-me: concordante
publicado por Luis Pereira às 22:29
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Terça-feira, 6 de Maio de 2008

Reflexão sobre a influência.

 

 

 Há alguns meses, foi divulgado o resultado de um inquérito sobre corrupção, feito em 60 países, nos quais a maioria dos inquiridos pensava que partidos políticos, parlamentos, polícias e tribunais são os pontos em que o fenómeno é mais visível. E o que têm eles em comum? O facto de terem influência. A palavra-chave é mesmo esta influência. Claro que a lista poderia incluir desde árbitros de futebol a jornalistas - e por aí fora. Só quem não é capaz de influenciar seja o que for é que não ficará sob suspeita. Espero que, por exemplo, seja o caso da classe sacerdotal, pois não pode garantir a ninguém um lugar no Céu...

 

De forma mais grosseira ou mais subtil, não falta por esse Mundo fora, Portugal incluído, quem use a influência como moeda de troca. O bastonário da Ordem dos Advogados, que não tem papas na língua, aludiu a casos de corrupção e/ou má gestão em que os protagonistas seriam políticos, ministros ou gestores. Até se sabe a quem se refere ele, mas, sempre com ar angelical, essa gente continua a gerir empresas que, alegadamente, beneficiou em concursos públicos. Há que acentuar, porém, que outros casos há em que pessoas proeminentes foram convidadas para invejáveis lugares, não por "fretes" que tenham feito, mas porque continuam a possuir um bem precioso influência. Ou seja, podem, mesmo saindo do poder, ser ainda altamente úteis, porque conhecem outra gente bem colocada que, graças a uma palavra de amigo, mexerá os cordelinhos.

 

Um canal de TV acaba de passar uma reportagem segundo a qual o Estado teve de pagar 500 milhões de euros por um serviço que, se fosse atribuído à empresa certa, ficaria por metade. São citados nomes de ex-ministros e outros poderosos. Refere-se que o negócio atravessou três governos, Barroso, Santana e Sócrates - e não se vê nenhum dos apontados a dedo sair a terreiro em defesa da sua honra. Porque é tudo mentira, garantiu o único político que, na reportagem, deu a cara. Falo do ex-ministro António Costa, segundo o qual "é verdade que o Estado foi compensado com um desconto de 50 milhões - tudo o resto é mentira".

 

Se é tudo mentira - que o Estado processe o canal de TV; e, enquanto não o faz, que venha junto de nós, os contribuintes, explicar que o negócio foi cristalino e nos beneficiou, embora custasse o dobro do que, pelos vistos, seria razoável. Até lá, temos todos o direito de gritar bem alto isto é um escândalo!

 

Sérgio de Andrade, Jornalista

 

JN

 

sinto-me: interveniente
publicado por Luis Pereira às 22:18
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Terça-feira, 29 de Abril de 2008

O MUNDO EM QUE VIVO

 

“A democracia na realidade não existe. Quem verdadeiramente manda são as instituições que não têm nada de democráticas, como o Fundo Monetário Internacional, as fábricas de armas, as multinacionais farmacêuticas.”

 

JOSÉ SARAMAGO ao jornal italiano “La Stampa

 

Por mim, estou de acordo com o escritor. Vivemos todos nessa doce ideia de que somos Homens livres só porque vos estou a escrever este artigo e de que posso chegar à rua e gritar a plenos pulmões, mas pergunto, é essa a liberdade que os seres humanos anseiam, lhes permite uma vivência social igual em direitos e deveres? Para que me serve a liberdade se nada posso fazer com ela para além da minha consciência? Posso participar, protestar, tentar influenciar os acontecimentos, mas é só esse o papel que me destinam? Quem detém o poder, quem dele usufrui e beneficia? Não são esses os únicos homens livres? E se só da liberdade falo, é porque os restantes pilares da democracia, fraternidade e igualdade, já se foram há muito.

Ah, a opulência milenar que governa o mundo, nunca poderia ter desejado melhor. Pôr os cidadãos a participar, criando-lhes a ideia que a sua participação tem alguma importância!

Como dizia um democrata libanês , “não chega libertar a terra, é preciso também libertar os Homens”.

 

sinto-me: preocupado
publicado por Luis Pereira às 10:15
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Quinta-feira, 17 de Abril de 2008

"Não te deixarei morrer, David Crockett"

 

“Antes que a ideia de deus esmagasse os homens, antes dos autos de fé, das perseguições religiosas da inquisição e do fundamentalismo islâmico, o mediterrâneo inventou a arte de viver. Os homens viviam livres dos castigos de deus e das ameaças dos profetas: na barca da morte até à outra vida, como acreditavam os egípcios. E os deuses eram, em vida dos homens, apenas a celebração de cada coisa: a caça, a pesca, o vinho, a agricultura, o amor. Os deuses encarnavam a festa e a alegria da vida e não o terror da morte. Antes da queda de Granada, antes das fogueiras da inquisição, antes dos massacres da Argélia, o mediterrâneo ergueu uma civilização fundada na celebração da vida, na beleza de todas as coisas e na tolerância dos que sabem que, seja qual for o deus que reclame a nossa vida morta, o resto é nosso e pertence-nos – por uma única, breve e intensa passagem. É a isso que chamamos liberdade – a grande herança do mundo do mediterrâneo.”

 

(...) sabes, quem não acredita em deus, acredita nestas coisas, que tem como evidentes. Acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos; acredita na integridade da água, do vento, das estrelas. Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.

 

Miguel Sousa Tavares, in "não te deixarei morrer, david crockett '

 

sinto-me: Pensativo
publicado por Luis Pereira às 20:08
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Segunda-feira, 24 de Março de 2008

NÓS OS OUTROS

 

Nós, os outros, habitamos a textura

aquosa e impura da cidade adormecida

quando o negro nela se abate.

 

Nós, os outros, abrigamos o frio

nos jornais remexidos,

aninhados no vazio dos recantos

que o cimento e a pedra calam.

 

Somos gente sem nome nem destino

em tempo indeterminado;

andarilhos na mão que se estende,

vestidos de invisibilidade

 

Nós, os outros, também sonhamos

a metáfora ténue dos papeis gastos,

da vida a essência dos dias plenos

entre a existência dos muros lentos

levantados pela hibridez da hora em viragem.

 

Assim caminhamos no esquecimento

sob a trama da luz baça da cidade.

 

in "portuguesapoesia.blogspot.com"

sinto-me: preocupado
publicado por Luis Pereira às 16:00
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Domingo, 16 de Março de 2008

Morte Lenta

 

Morre lentamente

quem se transforma em escravo do hábito,

repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não

muda de marca

Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa

com quem não conhece.

Morre lentamente

quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente

quem evita uma paixão,

quem prefere o negro sobre o branco

e os pontos sobre os "is" em detrimento de um

redemoinho de emoções,

justamente as que resgatam o brilho dos olhos,

sorrisos dos bocejos,

corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente

quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu

trabalho,

quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de

um sonho,

quem não se permite pelo menos uma vez na vida,

fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente

quem não viaja,

quem não lê,

quem não ouve música,

quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente

quem destrói o seu amor-próprio,

quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente,

quem passa os dias queixando-se da sua má sorte

ou da chuva incessante.

Morre lentamente,

quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,

não pergunta sobre um assunto que desconhece

ou não responde quando lhe indagam sobre algo que

sabe.

 

Evitemos a morte em doses suaves,

recordando sempre que estar vivo exige um esforço

muito maior

que o simples fato de respirar. Somente a perseverança

fará com que conquistemos

um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

 

sinto-me: preocupado
publicado por Luis Pereira às 22:47
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Sábado, 12 de Janeiro de 2008

ESTARÁ ESTE PAIS DESERTO DE GENTE?

 

“Vivemos num país quadrado.
Habitado por gente quadrada.
Com ideias geometricamente quadradas
Desenhadas a regra e esquadro.
O quadrado do lado evita cuidadosamente
O quadrado da frente.
Porque é de bom-tom.
E assim faz a gente que segue os costumes e dita a moral,
Deste país brando e quadrado.
Sem arestas e de paredes lisas,
De atitudes comedidas,
De palavras breves e contidas,
De fachadas impenetráveis e polidas,
Geometricamente desenhadas.
Tão tediosamente...
Quadradas!
Que me indago e questiono
Olhando o quadrado do lado,
Mirando o quadrado da frente:
- Será que este país quadrado
Está deserto de GENTE?”

sinto-me: Preocupado
publicado por Luis Pereira às 22:44
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