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Quinta-feira, 27 de Março de 2008

PORTUGAL E O FUTURO

 

Portugal é um Estado-Nação. Quer isto dizer que a Nação coincide em absoluto com o Estado, ao contrário do que acontece com a nossa vizinha Espanha, que é um Estado com diversas nações, isto é: com territórios bem demarcados, línguas próprias, histórias e costumes diversificados. Embora, após a Constituição democrática de 1978, as quatro nacionalidades históricas de Espanha, anteriores à Guerra Civil de 1936-1939 - País Basco, Galiza, Catalunha e Castela -, fossem envolvidas num sistema constitucional, que reconhece 17 autonomias - para iludir a velha questão que agitou os séculos XIX e XX. Perguntam-se hoje os constitucionalistas se foi uma boa solução? É duvidoso que tenha sido, apesar das múltiplas vantagens que trouxe ao desenvolvimento de Espanha.

Em Portugal, com uma realidade unitária bem diferente da espanhola, nunca se pôs uma tal questão. Mesmo quando, depois da Revolução dos Cravos, a Constituição de 1976 reconheceu duas regiões autónomas de governo próprio, nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, dada a distância que as separa do Continente.

Vem isto a propósito da identidade de Portugal, como Estado-Nação, desde 1140, que é três séculos anterior a Espanha, como tal, só assim chamada depois do casamento dos Reis Católicos, Fernando e Isabel, e da conquista do Reino de Granada, aos mouros (1482). Portugal - reconheça-se - tem uma identidade fortíssima que resistiu à ocupação espanhola (1580-1640) - sobretudo no Brasil e noutras regiões do Império - e se manifesta ainda hoje, sobretudo nas diásporas portuguesas espalhadas pelos cinco continentes.

E, no entanto, os portugueses, colectivamente, sofrem de péssima doença: desconfiarem de si próprios. E têm o estranho hábito de dizer mal - não no estrangeiro, mas em Portugal - de si próprios e da sua terra. É um mal que vem de longe, cuja razão não consigo explicar. Os portugueses, em toda a parte, são respeitados, como pessoas sérias, afáveis e trabalhadores. Gozam de justo prestígio e fazem excelente figura entre as outras comunidades nacionais. Muitos dos seus filhos adquirem instrução superior e alguns mais enriquecem.

E, apesar disso, na sua terra, estão sempre a menosprezar o seu país: a parvónia, a piolheira, como lhe chamava o Rei D. Carlos, a choldra. Parece sofrerem de um complexo de inferioridade em relação ao estrangeiro. Sem qualquer razão de ser. A nossa história, que se desdobra por tantas regiões do mundo e deixou marcas em todos os continentes, é incomparável. A nossa cultura - em todos os sectores - não fica atrás de qualquer das dos grandes países europeus. Os monumentos portugueses, alguns património mundial, são centro de interesse - e de curiosidade - dos estrangeiros que nos visitam. Como a nossa gastronomia, afabilidade, os nossos pintores, escritores, músicos, cientistas e desportistas que, nos últimos anos, se têm destacado, em profusão, por esse mundo fora. A Revolução dos Cravos foi unanimemente considerada uma "revolução de sucesso", pacífica, pioneira e, finalmente, eficaz.

Mas é o povo, com a sua cultura e sabedoria inata, que vem de longe na História, mesmo quando não é cultivado, que mais aprecio e em que mais confio. No entanto, reconheço que há portugueses azedos - entre as elites - que gostariam de ter nascido no estrangeiro e que não perdem uma oportunidade para desancar o seu país. Nunca os compreendi. Mesmo quando eram escritores de génio, como Eça de Queirós, ou grandes caricaturistas, como Rafael Bordalo Pinheiro ou pertenciam a círculos snobes como os Vencidos da Vida, com todo o respeito que me merecem as suas ilustres pessoas.

Por mim, sempre me senti português dos sete costados - orgulhoso de o ser - e quanto mais viajo e comparo a minha terra com as outras, mais esse sentimento patriótico, mas não nacionalista, que é outra coisa, vem à superfície. Português, ibérico, europeu e, na medida da minha pequenez, cidadão do mundo.

Tenho confiança no futuro de Portugal - e dos portugueses -, sempre tive. Mesmo nos anos cinzentos e tão tristes da ditadura. Durou de mais, é verdade, mas a liberdade chegou-nos, finalmente. Nos últimos trinta anos, Portugal progrediu imenso. É incontestável! E não é agora por a Europa estar em crise - e o mundo a entrar em recessão - ou por sentirmos, é verdade, "um difuso mal-estar" que os órgãos de comunicação social ampliam, que nós vamos perder a confiança em nós próprios e no destino português!
 
 
Mário Soares
sinto-me: interveniente
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publicado por Luis Pereira às 19:48
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