
Turismo pode ajudar a salvar lagoa de Óbidos
Preservar e rentabilizar turisticamente a lagoa de Óbidos é o grande objectivo de um projecto ambiental e turístico, que deverá estar concluído no final do ano. A ideia colheu já apoios junto das Câmaras que gerem o espaço.
Em fase de estudo de mercado e de sensibilização, o projecto de "turismo ambiental, educativo e lúdico" tem como objectivo a criação de serviços inovadores para quem quer conhecer a lagoa de Óbidos. Carlos Sá, o responsável pela ideia, lembra que a Lagoa "é o maior trunfo do Oeste", um "ecossistema que tem de ser preservado", mas também "aproveitado para o turismo".
Professor de português e latim na Escola Secundária Raul Proença, em Caldas da Rainha, Carlos Sá decidiu dar "voz" ao "bichinho" do turismo que desde cedo se instalou na sua vida. Aluno na Escola de Altos Estudos de Turismo (ETUR) da Universidade Lusófona, em Óbidos, decidiu pôr em prática o trabalho principal do MBA, materializando-o no projecto "Lagoa Verde".
A ideia foi bem aceite pelo corpo docente e pelos presidentes das Câmaras de Caldas da Rainha e Óbidos, que garantiram total apoio. Em perspectiva estão já parcerias com o Instituto Politécnico de Leiria, Associação Nacional de Animação e Educação, o Centro de Investigação e Identidades e Diversidades e ainda os agrupamentos de escolas de Caldas da Rainha e de Óbidos.
A falta de sinalética e de recipientes para o lixo, o adiantado estado de degradação de algum património, nomeadamente do cais das bateiras (barcos da lagoa) e da aldeia dos pescadores, a poluição e o assoreamento, são problemas "concretos" da lagoa que, na opinião de Carlos Sá "não tem sido rentabilizada para o turismo".
"O ecoturismo é um nicho de mercado que está em franco desenvolvimento que não está a ser devidamente explorado", frisa este professor, lembrando que "avifauna da lagoa tem um potencial que até hoje não foi ainda explorado".
O turismo ligado à natureza é assim a base do projecto "Lagoa Verde", que ainda está em fase embrionária. A ideia é concluir o projecto até final do ano, para que o mesmo possa vir a fazer parte de uma candidatura ao Quadro Comunitário de Apoio, explicou ao JN Luís Rodrigues, professor da ETUR. Tudo "em nome do turismo e de uma lagoa que se quer preservar, mas também rentabilizar".
O docente fala ainda na importância "de se concertar estratégias" para "se salvar a lagoa". "A conjugação de esforços em torno destes projectos é fundamental", frisou Luís Rodrigues, lembrando que "esta é uma região hídrica muito importante".
A criação de um centro ecopedagógico, nas margens da lagoa e destinado essencialmente aos estudantes, um centro de observação de aves e o transporte de visitantes através de meios ecológicos, como sejam os barcos e carros eléctricos são ideias que constam do projecto.
ALEXANDRA SERÔDIO
Jornal de Notícias