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Quinta-feira, 28 de Agosto de 2008

LAGOA DE ÓBIDOS

 

Turismo pode ajudar a salvar lagoa de Óbidos
 
Preservar e rentabilizar turisticamente a lagoa de Óbidos é o grande objectivo de um projecto ambiental e turístico, que deverá estar concluído no final do ano. A ideia colheu já apoios junto das Câmaras que gerem o espaço.
 
Em fase de estudo de mercado e de sensibilização, o projecto de "turismo ambiental, educativo e lúdico" tem como objectivo a criação de serviços inovadores para quem quer conhecer a lagoa de Óbidos. Carlos Sá, o responsável pela ideia, lembra que a Lagoa "é o maior trunfo do Oeste", um "ecossistema que tem de ser preservado", mas também "aproveitado para o turismo".
 
Professor de português e latim na Escola Secundária Raul Proença, em Caldas da Rainha, Carlos Sá decidiu dar "voz" ao "bichinho" do turismo que desde cedo se instalou na sua vida. Aluno na Escola de Altos Estudos de Turismo (ETUR) da Universidade Lusófona, em Óbidos, decidiu pôr em prática o trabalho principal do MBA, materializando-o no projecto "Lagoa Verde".
 
A ideia foi bem aceite pelo corpo docente e pelos presidentes das Câmaras de Caldas da Rainha e Óbidos, que garantiram total apoio. Em perspectiva estão já parcerias com o Instituto Politécnico de Leiria, Associação Nacional de Animação e Educação, o Centro de Investigação e Identidades e Diversidades e ainda os agrupamentos de escolas de Caldas da Rainha e de Óbidos.
 
A falta de sinalética e de recipientes para o lixo, o adiantado estado de degradação de algum património, nomeadamente do cais das bateiras (barcos da lagoa) e da aldeia dos pescadores, a poluição e o assoreamento, são problemas "concretos" da lagoa que, na opinião de Carlos Sá "não tem sido rentabilizada para o turismo".
 
"O ecoturismo é um nicho de mercado que está em franco desenvolvimento que não está a ser devidamente explorado", frisa este professor, lembrando que "avifauna da lagoa tem um potencial que até hoje não foi ainda explorado".
 
O turismo ligado à natureza é assim a base do projecto "Lagoa Verde", que ainda está em fase embrionária. A ideia é concluir o projecto até final do ano, para que o mesmo possa vir a fazer parte de uma candidatura ao Quadro Comunitário de Apoio, explicou ao JN Luís Rodrigues, professor da ETUR. Tudo "em nome do turismo e de uma lagoa que se quer preservar, mas também rentabilizar".
 
O docente fala ainda na importância "de se concertar estratégias" para "se salvar a lagoa". "A conjugação de esforços em torno destes projectos é fundamental", frisou Luís Rodrigues, lembrando que "esta é uma região hídrica muito importante".
 
A criação de um centro ecopedagógico, nas margens da lagoa e destinado essencialmente aos estudantes, um centro de observação de aves e o transporte de visitantes através de meios ecológicos, como sejam os barcos e carros eléctricos são ideias que constam do projecto.
 
ALEXANDRA SERÔDIO
Jornal de Notícias

 

sinto-me: preocupado
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publicado por Luis Pereira às 21:12
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Terça-feira, 19 de Agosto de 2008

VANESSA

 

Ao cabo de um primeiro nível de participação olímpica marcado por fracos resultados, declarações infelizes e provocatórias, Vanessa Fernandes consegue a primeira medalha para Portugal em Pequim’2008. Prata na modalidade de triatlo.
 
É um feito que orgulha o País, não exactamente e apenas pelo lugar no pódio, depois de uma prova em que a australiana
 
Snowsill mostrou grande poder competitivo e uma estratégia brilhante (fortíssima e sagaz nas “transições”), mas pelo que ele representa: seriedade, humildade, combatividade, coragem, sofrimento, dedicação. E ainda: noção de que a responsabilidade de representar o País é muito mais do que servir interesses político-partidários para alavancar resultados eleitorais; é muito mais do que utilizar discursos de optimismo sem sustentação.
 
Vanessa não é melhor desportista depois de conquistar a sua primeira medalha, aos 22 anos. Já sabíamos do seu empenho e determinação. Da forma afincada como trabalha. Todos nós sentimos que Vanessa iria dar o máximo. Porque ela é uma mulher que põe um salto alto sem perder a genuinidade.
 
Porque quando põe um salto alto não deixa de ter os pés bem assentes no chão.
 
Vanessa é uma mulher jovem que representa o exemplo. O exemplo que deveria servir para refundar a asfixiante mentalidade portuguesa, muito virada para as invejas e as intrigalhadas.
 
Um dia escrevi: “O futuro é das mulheres”. Os homens já dominaram os homens e as mulheres. É tempo de o Mundo dar uma oportunidade às mulheres. Às grandes mulheres do Universo. É assim que eu vejo a conquista da Vanessa: como uma resposta inequívoca às cigarras da vida e do desporto; uma resposta estimulante, no feminino, perante os batoteiros de uma sociedade hipócrita, cada vez menos sensível ao sucesso dos seus semelhantes.
 
O desempenho e as ideias de Vanessa, no sentido da crítica à lassidão, são mais fortes e perturbantes do que qualquer declaração política.
 
Vanessa Fernandes é uma referência de uma nova mentalidade que o País e o Desporto português necessitam. Uma espécie de código para o futuro. Estou certo de que Rosa Mota concorda comigo.
 
Rui Santos
 

 

 

sinto-me: portugues
publicado por Luis Pereira às 21:56
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Segunda-feira, 18 de Agosto de 2008

TIREM A VENDA DA JUSTIÇA.

 

O infinito disparate do tribunal de Loures de tratar da mesma maneira o militar da GNR que tentava deter um grupo de assaltantes e os próprios assaltantes ilustra o maior problema de Portugal nesta fase da sua vida democrática.
 
Se juízes e procuradores em Loures não conseguem distinguir entre crime e ordem mantendo as suas decisões num limbo palavroso de incoerências politicamente correctas e medos de existir, nada nos defende da desordem. A disléxica significância actual do estatuto de "arguido" que permite na mesma penada dar rótulos idênticos a criminosos e agentes da ordem pública é um absurdo em qualquer norma civilizada.
 
Esta justiça, ou ausência dela, faz de Portugal um país perigoso para se viver em 2008. O militar da GNR chamado para restabelecer a ordem e o "pai" foragido da prisão que levou o filho num assalto não podem ser tratados da mesma maneira por um justiça que meramente cumpre rituais de burocracia. A cegueira da crise na justiça está a originar que a mensagem pública que surge destas decisões agudize a sensação de insegurança e fragilize a capacidade do Estado de manter a ordem pública.
 
Chegou a altura de retirar a venda da justiça em Portugal para ela ver para onde está a levar o país, aplicada como tem sido num sinistro cocktail de sabores do PREC, heranças do totalitarismo, inseguranças políticas, ambiguidades e ignorâncias cobertas por mantos diáfanos de academia-faz-de-conta.
 
Nesta rapsódia de dissonâncias que é a interpretação apriorística e receosa de normas mal definidas, mantém-se sem conclusão o julgamento da Casa Pia que nestes anos todos perdeu qualquer hipótese de juízo sério. Não se consegue entregar Esmeralda a quem lhe garanta a infância normal a que tem direito porque Esmeralda teve o azar de nascer num país onde o Direito não é normal. Caímos no ridículo internacional com a instrução desastrada e provinciana do caso McCann onde tudo falhou. Da letra da lei, à sua interpretação, à sua aplicação. E agora em Loures diz-se ao país que é a mesma coisa tentar manter a ordem em condições extremas e levar um filho num assalto depois de se ter fugido da prisão. É tudo arguido com a mesma medida de coação.
 
O que a Judicatura e a Procuradoria de Loures mostraram ao País não foi que a justiça é cega. Foi a cegueira da justiça em Portugal. Disseram que é a mesma coisa ser-se um cidadão militar agente da lei e um foragido apanhado em flagrante, armado com calibres letais e disfarçado com identidades falseadas.
 
A continuar assim teremos que bramir armas em público como os mais fundamentalistas intérpretes da Constituição americana dizem que podem. E temos que ir dormir a condomínios privados porque a cidade e as zonas rurais estão a saque dos grupos que nomadizam armados à espera de uma aberta, e nós teremos que nos defender.
 
Precisamos de procuradores capazes, juízes justos e de um ministro da Justiça que consiga administrar os meios do Estado. Obviamente não os temos no actual quadro do funcionalismo público. Por favor subcontratem. Estrangeiros mesmo, que os há muito bons, porque a coisa aqui está preta.
 
Mario Crespo
JN

 

sinto-me: preocupado
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publicado por Luis Pereira às 20:05
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Terça-feira, 12 de Agosto de 2008

Os Combates de Óbidos e a Batalha da Roliça.

 

 

No final da Primavera de 1808, toda a Península Ibérica fervilha
com revoltas e levantamentos contra a presença massiva dos
exércitos de Napoleão Bonaparte. Em Portugal a Suprema Junta
do Reino, organiza um numeroso exército, mas pouco eficiente,
a norte do país, com o objectivo de marchar contra Lisboa e
expulsar os franceses.
A 10 de Junho, o Príncipe Regente, D. João, perante os massacres
e pilhagens perpetrados pelos exércitos de Junot, declara
oficialmente guerra ao império francês. Com toda a Península em
ebulição contra Bonaparte, o governo do Reino Unido, decide
actuar e aproveitar a oportunidade de combater Napoleão, na
Europa Continental. Em 1 de Agosto de 1808 desembarca em
Lavos, Figueira da Foz, um forte contingente militar comandado
por Sir Arthur Wellesley, futuro duque de Wellington, com o
objectivo de apoiar a revolta portuguesa. Rapidamente as forças
britânicas e portuguesas marcham para Sul, em direcção a Lisboa.
O primeiro embate entre as tropas britânicas e francesas ocorre
a 15 de Agosto de 1808, nos arredores da Vila de Óbidos. Nesse
dia, o exército britânico chega às Caldas da Rainha, vindo de
Alcobaça, onde pernoitara no dia anterior. Wellesley, comandante
 
em chefe, sabendo da proximidade de importantes forças
francesas, envia quatro companhias de atiradores (“Riflemen’s”)
do 60º Regimento e do 95º de atiradores, em direcção a Óbidos,
numa missão de reconhecimento, dando ordens concretas para
evitarem qualquer confronto com as forças inimigas.
Os franceses, por seu turno, comandados pelo general
Delaborde, acompanhavam de perto o avanço britânico. Desde
algum tempo que esperavam um momento e um local apropriado
para enfrentarem a força expedicionária britânica, apesar de
conscientes da sua inferioridade numérica .
É na zona da várzea de Óbidos, coroada a sul pelos altos da
Columbeira, soberba posição defensiva, que o experiente
general francês encontra o local que há alguns dias procurava.
Concentrando toda a sua divisão nesse sector, aí decide barrar o
caminho às forças anglo-portuguesas.
Para além do local ser o ideal para “dar batalha”, ao recuarem
de Óbidos, os franceses, deixariam aberta a estrada para a
importante cidadela de Peniche, principal porto e fortaleza a norte
da capital. A queda da praça-forte permitiria ao exército britânico
garantir um óptimo porto de abrigo para a frota, que controlava por
completo a costa portuguesa e, consequentemente, o constante
reabastecimento do exército de terra. Era pois imperativo para as
forças napoleónicas impedir que tal sucedesse.
Explorando ao máximo as óptimas condições defensivas que o
terreno lhe proporcionava, o comandante em chefe da primeira
divisão do exército de Portugal, elabora um dispositivo de batalha
que permitiria atrasar ao máximo o avanço aliado, dando tempo à
Divisão Loison para se juntar à refrega. Equilibrando, com isso, as
forças em confronto.
Nesse sentido, encarrega o general Thomières de organizar uma
primeira linha defensiva, junto do burgo medieval. Composta
por seis companhias de infantaria , incluíndo duas de elite
pertencentes ao batalhão suíço, a força avançada francesa
posiciona-se junto à linha do rio Arnóia, ocupando a Vila. Enquanto
o grosso da Divisão tomaria posições junto à aldeia da Roliça, uma
légua para Sul.
Apesar das advertências de Wellesley, para tomarem todas
as precauções necessárias, as companhias de atiradores
britânicos entram em contacto com a primeira linha francesa,
ocasionalmente, na zona do Bairro da Senhora da Luz,
envolvendo-se rapidamente num intenso tiroteio com as forças
francesas, com o intuito de as fazer recuar. Numa primeira fase
são bem sucedidos e, empolgados pela sua primeira vitória,
decidem perseguir os franceses que entretanto recuavam.
Avançando perigosamente, os “Riflemen’s” vêem-se debaixo de
fogo, cada vez mais intenso, pois a infantaria francesa dispara
de todos os lados, incluindo de dentro das vetustas muralhas de
Óbidos. Segundo o atirador inglês, Benjamim Harris do 95º Rifles,
os ingleses receberam uma autêntica “saraivada” de tiros de
mosquete.
 Aproveitando o facto de ser uma óptima oportunidade para
eliminar os isolados “Riflemen´s”, os franceses realizam um
contra-ataque, em força, o que provoca bastantes perdas
aos britânicos, que se encontravam agora numa situação
extremamente difícil. Vendo o perigo pelo qual passavam os
seus homens, Wellesley dá ordens ao major general Spencer,
para avançar. Este, à frente da sua brigada, consegue resgatar
as fatigadas companhias ligeiras e ocupar Óbidos. Os franceses
desistem da Vila e retiram-se para a aldeia da Roliça .
Essa acção permite a Delaborde ganhar dois preciosos dias,
antes do ataque britânico e garantir, assim, a chegada de Loison
e dos seus homens. No entanto, por ordens de Andoche Junot,
o general Loison e toda a sua divisão juntar-se-ia à força principal
francesa, que se concentravam já na vila de Torres Vedras.
Preparando o combate principal que se adivinhava.
No dia 17, e após terem sido efectuados reconhecimentos de
terreno no dia anterior, o comandante em chefe britânico dispõe as
suas brigadas ao Sul de Óbidos e avança em direcção das forças
francesas, estacionadas junto à aldeia da Roliça. Na esquerda:
o general Ferguson, apoiado pela brigada de B. Bowes, avança
pelas alturas da Usseira. Ao centro: os brigadeiros Nightingale,
Fane e Hill, com a cavalaria, a artilharia e apoiados com os
caçadores portugueses, dirigem-se em direcção ao inimigo pela
estrada real. À direita: o coronel Nicholas Trant, conduz os 1 200
portugueses, pelo sopé do Sobral da Lagoa, a oeste do rio Real.
Apesar de correr o risco de se ver cercado, Delaborde já
havia antecipado o plano inglês. Rapidamente, assim que as
companhias ligeiras entram em confronto, nas margens do rio
Real, recua a sua divisão do terreno, pela estrada da Roliça, em
direcção aos altos da Columbeira, escapando assim à manobra
envolvente.
Wellesley, vendo gorados todos os preparativos realizados pela
manhã, reinicia o ataque, pondo de novo em prática o plano inicial,
concentrando toda a artilharia no monte sobranceiro à aldeia da
Roliça. Os canhões britânicos disparam, para além dos obuses
sólidos, as novas granadas - as “Shrapnells” -, cravejando as
alturas de estilhaços e fogo. Ao mesmo tempo, o coronel George
Lake, à frente dos seus homens, ataca intrepidamente a posição
francesa, através de uma das ravinas, o que lhe causaria a morte e
pesadas baixas no seu regimento.
Com a pressão a aumentar e apesar da bravura das forças
francesas, os ingleses tomam de assalto os altos da Columbeira.
O veterano Delaborde, perante a enorme desvantagem numérica,
e sempre esperando a chegada de reforços, é obrigado a recuar
em direcção a Lisboa. De início ordeira e protegida por cargas
controladas dos esquadrões de dragões a cavalo, a retirada da
divisão Delaborde torna-se caótica na passagem pela Zambujeira
dos Carros, perdendo-se boa parte da artilharia e bagagem. O
general francês, já no cabeço de Montachique, perto de Loures,
recebe ordens de Junot, para se juntar à força principal francesa
em Torres Vedras.
A 21 de Agosto com todo o exército francês concentrado em
Torres, Andoche Junot, desencadeia uma enorme ofensiva contra
o exército de Wellesley, junto à aldeia do Vimeiro, enquanto os
britânicos recebiam reforços. O ataque redundou num enorme
fracasso para as forças imperiais, tendo os franceses sofrido um
elevado número de mortos e feridos.
Alguns dias mais tarde, assinava-se a controversa Convenção de
Sintra, na qual as forças francesas abandonariam Portugal, nos
barcos da Royal Navy, levando o produto de meses de saque.
Napoleão, no entanto, preparava já um exército de 150 mil
homens, comandados por ele próprio, para se juntar aos 100
mil de Joachim Murat, que já ocupavam a Espanha, tentando
assegurar o trono de José, seu irmão, para resolver, de uma vez
por todas, a questão Ibérica.
 
 
Visita aos locais Históricos
 
 
A visita aos locais históricos onde ocorreram os combates de 15 e 17
de Agosto de 1808, é, para além de um passeio histórico e cultural,
uma óptima oportunidade de contacto com a natureza e de desfrutar
a beleza paisagística que este tipo de roteiro poderá proporcionar.
Comece pela aldeia do Bairro da Senhora da Luz. A localidade
situa-se entre Caldas da Rainha e Óbidos e remonta,
provavelmente à Idade Média. No local mais elevado, em especial
junto ao moinho, poderá observar a cidade das Caldas, bem
como compreender a importância do local, como nó viário e ponto
estratégico, para o desenrolar do início dos combates do dia 15.
Neste local pode ainda visitar a Capela de Evocação a Nossa
Senhora da Luz, construída nos inícios do século XVIII.
Seguindo depois para Óbidos, desfrute de um agradável
passeio à Cerca e ao adarve, de uma beleza ímpar. Apesar
das alterações sofridas com os restauros dos anos cinquenta,
a muralha de Óbidos mantêm o mesmo desenho medieval e
praticamente a mesma estrutura defensiva, que apresentava na
altura dos combates em 1808. Não esqueça uma visita à Torre
do Facho, onde existe uma brecha, que serviu para colocar uma
peça de artilharia para proteger a Vila, de forças atacantes que
se aproximassem de sul, pela Estrada Real. A brecha terá sido
feita, em 1810, pelo destacamento aqui colocado por Sir Arthur
Wellesley, durante a invasão de Massena.
De seguida, aconselhamos uma visita ao Moinho do Facho, posto
de comando das operações aliadas. Aqui poderá (se munido de
um bom mapa da batalha) compreender o modo como Wellington
dispôs os seus 15 mil homens no terreno, na manhã do dia 17. Do
moinho poderá ver todo o vale, onde se desenvolveram todos os
acontecimentos, tal como o Duque de Ferro o viu nessa manhã de
Agosto, bem como os locais onde estariam posicionadas as forças
francesas do general Delaborde.
Poderá depois seguir o percurso pela antiga Estrada Real,
passando a antiga ponte da Pegada em direcção a S. Mamede,
seguindo o trajecto que as forças anglo-portuguesas tomaram
nesse dia. Se preferir, poderá ainda seguir pela zona da Usseira,
seguindo o percurso que Ferguson desenvolveu com a ala
esquerda do exército aliado. Pare no lugar da Boavista, onde
poderá desfrutar da fabulosa paisagem sobre o vale e tirar umas
magnificas fotografias. Se preferir, parta de Óbidos, passando pela
aldeia do Pinhal e o sopé do Sobral da Lagoa, seguindo o trajecto
que o Coronel Trant fez com os soldados portugueses, pela zona
da Amoreira.
Já no Concelho do Bombarral, logo após a ponte de S. Mamede,
vire à direita, antes de entrar na localidade da Roliça. Aí poderá
ver o local onde Delaborde colocou o exército imperial, na sua
primeira posição defensiva. Depois siga a estrada em direcção
à Columbeira. Poderá, entretanto, visitar a Igreja da Roliça, de
origens medievais e o monumento evocativo da batalha. Após
passar a Zambujeira dos Carros, termine o passeio nos Altos da
Columbeira, onde poderá visitar o túmulo do Coronel Lake e deixese
maravilhar pela espectacular paisagem do Alto do Picoto. Aí
poderá visualizar toda a várzea e compreender melhor a Batalha
da Roliça. Se ainda tiver tempo, poderá visitar a Quinta de Vila
Viçosa, ao Sul da Zambujeira, onde terá pernoitado Wellington, na
noite de 17 para 18.
 
 
Bom Passeio.

 

sinto-me: portugues
publicado por Luis Pereira às 22:04
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Domingo, 3 de Agosto de 2008

BARAK OBAMA

 

Barack Obama tinha 6 anos quando Martin Luther King foi assassinado em Memphis. Desde aquele 4 de Abril de 1968, a história mundial tornou-se tão efervescente que esquecemos a face dolorosa dos EUA. A candidatura de Obama é um convite a nos lembrarmos dela. No entanto, se o eloquente Obama é um herdeiro da epopeia de King, ele o é de maneira longínqua, imprecisa.
 
King, pastor na Geórgia, foi o representante exemplar dos descendentes de escravos africanos que viviam no sul, repelidos e desprezados pela maioria dos brancos. Obama vem de outra parte. Ou melhor, vem de todos os lugares ao mesmo tempo - e essa é a sua força. Ele é negro e branco. Nasceu no Havai, de pai queniano e mãe branca de alta linhagem: entre seus ancestrais está Jefferson Davies, presidente dos Estados Confederados da América. Muito jovem, retornou ao Quénia. Estudou em uma escola muçulmana na Indonésia. Fez seus estudos superiores nos EUA. Tornou-se cristão e participou de uma igreja negra de Chicago. Nada disso lembra a história de King. Lembra mais a de um imigrante do que a de um negro americano.
 
Há outra diferença. King não se inscrevia no jogo normal dos EUA e de suas instituições. Ele não conduziu uma acção política. Era um pastor que a miséria e a injustiça vieram interpelar. Já Obama é um homem político. Seguiu todos os currículos. Sabe das dificuldades. Conhece todas as subtilezas. Assim, o combate que empreende não é exactamente o mesmo que o de King. É por isso que evitou tão ferozmente apresentar-se como o recuperador da bandeira de King.
 
Nem sempre foi fácil. Ele tinha um desafio subtil: não se passar por um representante natural da comunidade negra, mas sem negligenciá-la. Nesse caso também, ele precisava estar aqui e lá ao mesmo tempo: negro e branco, nem negro nem branco.
 
O facto de pertencer, se não à comunidade negra, mas pelo menos ao mundo mestiço, não conseguiu descarrilar sua carruagem em várias ocasiões em que isso poderia ter ocorrido. O momento mais perigoso foi no início de Março, quando vídeos lembraram que o antigo pastor da igreja de Obama em Chicago, o reverendo Jeremiah Wright, era um inimigo dos EUA. Em 2003, Jeremiah, que foi uma espécie de guia espiritual de Obama, clamou: “Em vez de dizer ‘Que Deus abençoe os EUA’, é preciso dizer: ‘Que Deus amaldiçoe os EUA’, que tratam como sub humanos alguns de seus cidadãos.” Pior: após os atentados de 11 de Setembro de 2001, Jeremiah ousou dizer: “Surpreende-me que as pessoas se espantem de que tudo o que os EUA fizeram no estrangeiro seja jogado hoje em sua cara.” Diante desse terramoto, Obama reagiu com sangue-frio. Finalmente, ousou encarar de frente a questão racial, essa ferida dos EUA que ele até então evitava. Fez um discurso inspirado sobre o tema, à maneira de um Lincoln ou de King.
 
De facto, há algumas semelhanças entre sua luta política e a luta humana de King. Os dois homens, num dado momento, defrontaram-se com o mesmo inimigo: o ódio dos extremistas. Por volta de 1960, os negros americanos, constatando que a não-violência não dava resultado, distanciaram-se de King e cometeram excessos sangrentos. King assistiu, desesperado, a esse retorno do horror.
 
Obama também deparou com o mesmo tipo de excesso. Mas soube acalmar os ânimos. E exactamente por causa de sua personalidade ambígua, meio queniana e meio americana, meio negra e meio branca, um pouco religiosa, mas não muito. Ele tem uma suavidade, uma flexibilidade que King não podia conhecer. E ele tem outros trunfos. Além de seu charme e seu brio dialéctico, é um homem absolutamente novo. King era muito velho, dos inícios da história americana. Obama, com apenas 46 anos, é um homem livre em relação às tradições políticas asfixiantes às quais todos os seus concorrentes estão extremamente ligados.
 
O facto de ele pertencer à comunidade negra, longe de aliená-lo dos brancos, como ele próprio temia, é, ao contrário, aceite. Melhor ainda: muitos americanos brancos, desesperados ao constatar o desprezo, o ódio ou a aversão aos EUA no mundo todo, se perguntam se este homem brilhante, negro e ileso de todos os clichés americanos não poderia reconquistar o coração dos homens. A cor da sua pele não poderá fazer esquecer a imagem corrompida e despedaçada dos EUA de Bush?
 
Gilles Lapouge
 
Estado de São Paulo

 

 

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