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Nós, os outros, habitamos a textura
aquosa e impura da cidade adormecida
quando o negro nela se abate.
Nós, os outros, abrigamos o frio
nos jornais remexidos,
aninhados no vazio dos recantos
que o cimento e a pedra calam.
Somos gente sem nome nem destino
em tempo indeterminado;
andarilhos na mão que se estende,
vestidos de invisibilidade
Nós, os outros, também sonhamos
a metáfora ténue dos papeis gastos,
da vida a essência dos dias plenos
entre a existência dos muros lentos
levantados pela hibridez da hora em viragem.
Assim caminhamos no esquecimento
sob a trama da luz baça da cidade.
in "portuguesapoesia.blogspot.com"
SÃO OS VOTOS DA PAPELARIA PAPIRO
Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não
muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa
com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um
redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu
trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de
um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que
sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço
muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança
fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.
Pablo Neruda
Nós Ciganos só temos uma religião: a liberdade.
Em troca dela renunciamos à riqueza, ao poder, à ciência e à sua glória.
Vivemos cada dia como se fosse o último.
Quando se morre, se deixa tudo: uma miserável carroça ou um grande império.
E nós cremos que naquele momento é muito melhor termos sido Ciganos do que reis.
Não pensamos na morte. Não a tememos, eis tudo.
O nosso segredo está em gozar a cada dia as pequenas coisas
que a vida nos oferece e que os outros homens não sabem apreciar:
uma manhã de sol, um banho na nascente,
o olhar de alguém que nos ama.
É difícil entender estas coisas, eu sei. Ciganos se nasce.
Gostamos de caminhar sob as estrelas.
Contam-se coisas estranhas sobre os Ciganos.
Dizem que lêem o futuro nas estrelas
e que possuem o filtro do amor.
As pessoas não crêem nas coisas que não sabem explicar.
Nós, ao contrário, não procuramos explicar as coisas nas quais cremos.
A nossa é uma vida simples, primitiva.
Basta-nos ter o céu por telhado,
um fogo para nos aquecer
e as nossas canções, quando estamos tristes.
1. Toda a Mulher que nunca é notícia no seu papel “apagado” de simples mulher-casada, mulher-mãe e mulher-dona de casa;
2. Toda a Mulher que se esforça diariamente por conciliar a sua vida profissional com a sua vida familiar, sabendo inclusivamente - quando necessário – dar o primeiro lugar à família, em defesa da sua estabilidade e acompanhamento;
3. Toda a Mulher que, por não se enquadrar fisicamente nos modelos considerados mais atraentes e modernos, se sente muitas vezes sozinha, abandonada, desprezada e ridicularizada;
4. Toda a Mulher que, por não ter tido acesso à cultura ou aos bens materiais, e apesar do seu valor como Pessoa, se sente injustamente menos válida e menos apreciada;
5. Toda a Mulher que, pela sua cor, idade, estado, profissão, nacionalidade, religião ou educação, se sente discriminada;
6. Toda a Mulher que, sozinha e por seu único esforço pessoal e pelo seu trabalho digno - por mais humilde que seja! - luta pela sobrevivência própria e pela dos seus filhos - quando os tem - sem que para tal se sujeite alguma vez, a vender o seu corpo;
7. Toda a Mulher, casada ou não, que luta pela dignificação do seu papel na sociedade, nos vários campos do mundo da cultura, contra os vários conceitos e estereótipos da mulher - objecto decorativo e descartável;
8. Toda a Mulher que generosamente se esforça por defender a Família - a sua e a dos outros - como uma relação estável e duradoura, alegre e aberta à vida, consciente de que a Família – contra todos os ventos e marés - continua a ser um Grande Projecto de Amor, um compromisso livre e voluntário, uma entrega certamente com riscos, mas sem limites e capaz de preencher e dar sentido à vida inteira;
9. Toda a Mulher que apesar de usada e abusada, de muitas e degradantes maneiras, luta por sair da crise em que se vê afundada, qualquer que ela seja, ciente de que por muito que custe é sempre possível voltar a erguer a cabeça e encontrar uma mão desinteressada e amiga;
10. Toda a Mulher, em qualquer parte do mundo, que reconhecendo muito embora, a necessidade de homens e mulheres se compreenderem e respeitarem, se preocupa por apoiar solidariamente outras mulheres, em especial as mais fragilizadas e carenciadas, e defender o seu tratamento em igualdade de direitos com os homens.
LUTEMOS JUNTOS COMPANHEIRAS, O FUTURO A NÓS PERTENCE.
Por quem os sinos dobram
por quem dobram os sinos, Ernest?
Pelas asas de anjo coladas
a fita gomada nas costas dos meninos
alguns na comunhão
ou pela estátua da liberdade
Por quem os sinos dobram
por quem dobram os sinos, Ernest?
Pelos berros de mil quilos
enlouquecidos coitadinhos
das super-avezinhas de arribação B-52
ou pelos arrozais sazonados
a sol de obuses no delta do Mecong?
Por quem dobram os sinos
por quem os sinos dobram, Ernest?
Pelos "play-boys" helicopterizados
entre céu e terra de Saigão
pelos pântanos que se menstruam de
afogados
ou pelas crianças camufladas de mortos
napalmizados no chão do Vietname?
Por quem dobram os sinos
por quem os sinos dobram, Ernest?
Pela mãe americana que não viu o filho
crivado numa emboscada vietcongue
ou pelo filho vietnamita que viu a mãe
ir aos céus de Buda numa granada "yankee"?
Ernest Hemingway:
Por quem os sinos dobram
por quem dobram os sinos?
Dobram pelo pai e pela mãe
dobram pelos filhos e pelos irmãos
dobram pelos netos e pelos avós
dobram pelas algemas nos pulsos
dobram pelas úlceras de medo
e na incógnita das megatoneladas
libertas a protão
dobram
ou não dobram a finados pela humanidade?
José Craveirinha
Poemas da Prisão