
O Papa Bento XVI lançou, ontem, um apelo para que se alcance um acordo internacional que ponha fim às bombas de fragmentação, durante a conferência mundial que hoje reúne em Dublin, Irlanda, representantes de mais de 100 países, com o propósito de assinar uma convenção sobre esse tipo de armas.
"Tenho esperança de que, graças ao sentido de responsabilidade de todos os participantes, se alcance um acordo internacional forte e credível", disse o Papa.
As bombas de fragmentação abrem durante o voo para o alvo, espalhando várias centenas de submunições sobre áreas extensas. Frequentemente, as pequenas granadas não explodem quando caem, criando campos de minas que ferem e matam indiscriminadamente, continuando a representar uma ameaça muitos anos depois da guerra.
O Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas estima que as bombas de fragmentação sejam responsáveis por mais de 13 mil feridos e mortos em todo o Mundo, a grande maioria dos quais no Laos, Vietname, Afeganistão, Iraque e Líbano.
Os maiores produtores do mundo são os Estados Unidos, Israel, China, Rússia, Índia e Paquistão, curiosamente os países que não estarão presentes em Dublin para a assinatura da convenção internacional contra as bombas de fragmentação.
Diplomatas das Nações Unidas acusam mesmo Washington de ter encorajado os aliados para que adoptem posições que, de alguma forma, possam diluir a importância do tratado.
O documento proíbe o uso, produção e comércio destas bombas e estabelece um prazo de seis anos para a destruição das munições armazenadas. Exige ainda a limpeza de todas as áreas contaminadas, bem como apoio às vítimas e às comunidades afectadas.
No apelo lançado aos conferencistas de Dublin, o Papa Bento XVI disse ser absolutamente necessário "corrigir erros do passado e evitar que eles sejam repetidos no futuro. As bombas de fragmentação são, frisou, mais do que "meras armas mortíferas". Bento XVI disse rezar pelas vítimas das bombas de fragmentação, assim como pelo sucesso do encontro de hoje na Irlanda.
JN 19/05/2008