
Dois golos de Tiuí, já na segunda parte do prolongamento, deram ao Sporting uma merecida vitória na final da Taça de Portugal frente ao FC Porto ontem num Estádio do Jamor completamente cheio. O ponta-de-lança brasileiro só tinha marcado um golo no campeonato (na última jornada, ao Boavista) e foi o improvável herói da final. Entrou no início do prolongamento e com um golo estranho, primeiro, de ângulo difícil e com Nuno ainda a tocar na bola, e no segundo num magnífico pontapé de bicicleta, selou a vitória. O FC Porto jogava nessa altura com dez homens por expulsão de João Paulo (71'), numa decisão algo dura de Olegário Benquerença, embora o melhor período do Sporting não foi, longe disso, nessa altura, mas na primeira parte. No prolongamento, os dragões até chegaram a estar perto de marcar primeiro.
Mas, tirando várias incidências e até superioridade do FC Porto, em jogo jogado, nos outros encontros, não é por acaso, parece-me, que os campeões nacionais perderam três jogos e ganharam apenas um com o Sporting esta época. A equipa de Jesualdo Ferreira gosta do contra-ataque e o Sporting nunca lhe deu hipóteses disso, precisamente porque o jogo de Paulo Bento é de nunca descobrir muito a sua baliza. A equipa consegue jogar bem assim em partidas igualadas, os seus problemas surgem quando tem de atacar com muita gente. O FC Porto teve períodos de muita apatia, havia gente que parecia que tinha estado de férias nas últimas semanas (Quaresma, Lisandro).
Paulo Bento optara por um onze com Derlei em vez de Vukcevic e a equipa entrou muito melhor que o adversário e foi mesmo Derlei a fazer de Nuno o melhor em campo - até aos golos de Tiuí -, com três defesas muito boas. O FC Porto estava apático e João Paulo não foi uma boa solução para o lado esquerdo da defesa, como também não pareceu muito feliz a titularidade de Mariano em vez de Tarik. A equipa nunca teve fluência de jogo. Miguel Veloso comandou bem todas as operações a meio-campo, além de ter um olho em Lucho Gonzalez e foi do seu médio-centro que os leões tiveram sempre jogo limpo para a frente, aguentando bem a pressão do FC Porto, que tentava atacar com muitos homens mas não o conseguia. Grande oportunidade só teve uma, por Lisandro, depois de boa arrancada de Mariano que isolou o companheiro, mas Rui Patrício saiu bem e deu o corpo à bola.
No prolongamento, o FC Porto até começou por ter as jogadas mais perigosas, mas Tiuí resolveu bem tarde o que o Sporting podia ter resolvido bem mais cedo.
DN Desporto